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DOENÇAS NEUROMUSCULARES

Postado em maio 7, 2021 por



As doenças neuromusculares (DNMs) representam um grande grupo de diferentes afecções decorrentes do acometimento primário de algumas estruturas da via final comum. Que são compostas por motoneurônio inferior, raiz nervosa, nervo periférico, junção neuromuscular e músculo estriado esquelético.

As principais situações que levam pacientes com DNMs a serviços de urgência e emergência são as complicações decorrentes do imobilismo, complicações cardíacas ou pulmonares, como a insuficiência respiratória aguda e as pneumonias.

Prescrição de exercícios terapêuticos nas DNMs

Os princípios para a prescrição de exercícios nas DNMs incluem manutenção da força muscular (respeitando as limitações impostas pela doença) e prevenção ou retardo da hipotrofia muscular. Embora estudos mostrem que o fortalecimento dos músculos apendiculares e programas de exercícios aeróbicos de baixo impacto podem ser benéficos para pessoas com DNMs com envolvimento leve ou moderado da força ou resistência muscular. Geralmente os pacientes que se apresentam em serviços de urgência e emergência estão em condições de fadiga grave, importante fraqueza muscular ou colapso metabólico, e a prescrição de exercícios terapêuticos nesses pacientes deve ser criteriosa, mensurando os prováveis riscos e benefícios.

 

Os exercícios terapêuticos devem ser aplicados visando prevenir os efeitos deletérios da imobilidade. Os exercícios resistidos devem ser realizados em arco parcial ou total do movimento, dependendo do caso em questão, com intensidade baixa ou inexistente (contra a resistência da gravidade em pacientes com força grau 5 na escala MRC, contra a resistência da gravidade e assistido pelo fisioterapeuta em pacientes com força grau 4, e passivos em pacientes com força graus 0, 1, 2 ou 3).

Em pacientes com força grau 3, estáveis ou em franca recuperação, podem executar exercícios ativo-assistidos em arco parcial do movimento, número baixo de repetições e séries (2 a 6 repetições em 1 a 3 séries), intervalos de repouso superiores a 60 segundos.

Vale lembrar que nenhum exercício deve ser realizado no período dos intervalos de repouso, ainda que seja em outro grupo muscular ou no mesmo grupo muscular no membro oposto, em razão das diversas necessidades metabólicas gerais do indivíduo.

O uso da determinação da repetição máxima, para avaliação da força dinâmica de um músculo ou grupo muscular, e para calcular a carga apropriada de exercícios durante a terapia, não é indicada na avaliação de pacientes com DNMs em situação de emergência, já que isso poderia intensificar a fadiga do paciente e os possíveis benefícios dessa mensuração não seriam de grande valia nesse momento.

 

Beneficíos do exercício terapêutico

Embora o exercício terapêutico seja efetivo na redução da fadiga generalizada e de variáveis psicológicas, como raiva e depressão, além de promover aumento do número e da densidade de mitocôndrias. O exercício terapeutico também promove o aumento da massa muscular esquelética, do tamanho dos leitos capilares e melhora da degradação do lactato e, consequentemente, da resposta à fadiga. Em algumas DNMs é importante considerar que nenhum desses efeitos será alcançado durante o breve período que, habitualmente, os pacientes permanecem em serviços de urgência e emergência. Logo, o ideal é que os programas de exercícios terapêuticos se iniciem com a realização de alguns exercícios, já nos serviços de urgência e emergência, praticados impreterivelmente no período de internação hospitalar, e orientados a dar continuidade no período após a alta hospitalar.

 

Referência: Tratado de Fisioterapia Hospitalar – Assisência Intergral ao Paciente; Vega, et al. 2012.

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