Todos sabem que métricas são essenciais para uma boa avaliação e também para acompanhamento da evolução de qualquer paciente. Dessa forma, algumas Escalas são essenciais na área de Pediatria, já que através dela conseguimos acompanhar o desenvolvimento motor das crianças.
A seguir um breve resumo sobre as escalas e o modelo de alguma delas.
Teste de Denver
Foi desenvolvido por Frankenburg e Dodds em 1967 (FRANKENBURG, WK, DODDS JB; 1967). Passou por uma revisão e repadronização em 1992, resultando no Teste Denver II.
Pode ser aplicado por vários profissionais da área da saúde em crianças de 0 a 6 anos de idade, classificando-as como “de risco” ou “normal”. O Denver II é composto por
125 ítens distribuídos na avaliação de quatro áreas distintas do desenvolvimento neuropsicomotor: motricidade grossa, motricidade fina-adaptativa, comportamento pessoal-social e linguagem.
O teste Denver II apresenta bons índices de validade e confiabilidade e é utilizado
em larga escala, tanto em pesquisas como na prática clínica. Suas limitações são: oferece baixo valor diagnóstico, parece insuficiente para avaliar mudanças qualitativas ao longo do tempo e detectar precocemente alterações sutis do desenvolvimento.
Peabody Developmental Motor Scale (Escala PDMS II)
Foi desenvolvida por Folio e Fewell entre 1969 e 1982 (FOLIO R, FEWEL R; 1983). Revisada e atualizada em 2000, resultando na PMSD segunda edição, PDMS II. Apresenta 282 itens que avaliam as habilidades motoras grossas e finas de crianças de 0 a 5 anos de idade. Lopes (2003) afirma em seu trabalho que as correlações de confiabilidade teste e reteste e inter-observadores são excelentes.
Medida de Função Motora Grossa (GMFM)
Esta escala foi desenvolvida nos Estados Unidos por Russel et al em 1989 (RUSSELL DJ, AVERY LM, ROSENBAUM PL, RAINA OS, WALTER SD, PALISANO RJ; 2000).
Trata-se de um teste padronizado, composto por 66 itens, desenvolvido para avaliar a função motora grossa de crianças com distúrbios neuromotores.
Segundo os autores do instrumento, o GMFM apresenta boas propriedades psicométricas.
Test of Infant Motor Performance (TIMP)
O TIMP foi desenvolvido por Campbell e colaboradores em 1993 (CAMPBELL SK,
GIROLAMI GL, KOLOBE THA, OSTEN ET, LENKE MC; 2001).
É um teste composto por 52 itens, que buscam avaliar a função motora de lactentes de 32 semanas até quatro meses de idade.
A confiabilidade e a sensibilidade do teste são excelentes, porém sua especificidade é baixa. Por isso, é considerado um bom instrumento de rastreamento mais geral que não permite diagnósticos mais específicos.
Escala Motora Infantil de Alberta (AIMS)
A AIMS foi desenvolvida no início da década de noventa, por fisioterapeutas Canadenses (PIPER MC, DARRAH J; 1994).
É composta por 58 itens que avaliam os padrões motores de crianças de 0 a 18 meses de idade.
A escala demonstrou excelentes propriedades psicométricas, com alta confiabilidade inter-observadores e de teste e re-teste com crianças canadenses.
Bayley Scale Of Infant Development – Bayley III
Em 1953, Nancy Bayley (BAYLEY N.; 2006) publicou a primeira versão desta escala.
Em 1977, foi revisada surgindo então a segunda versão e finalmente em 2006 foi publicada a terceira e atual versão da Bayley, a Bayley III. Trata-se de uma avaliação padronizada das habilidades mentais, motoras e de linguagem de crianças de 15 a 42 meses de idade. É composta 326 itens, divididos em cinco sub-escalas: escala cognitiva, escala motora (motricidade fina e grossa) e escala de linguagem (expressiva e receptiva).
Em um vasto estudo de validação com 1260 crianças americanas, os autores identificaram que a Bayley III apresenta alta sensibilidade e especificidade assim como adequados valores preditivos negativos e positivos (SWEENEY, JK, SWANSON MW; 2004).
A Bayley III está entre as melhores escalas existentes na área de avaliação do desenvolvimento infantil, sendo considerada como ‘padrão ouro’ por diversos autores, principalmente por abarcar uma avaliação bem completa e detalhada do desenvolvimento neuropsicomotor. Por isso, sua utilidade como instrumento de pesquisa tem recebido grande suporte da comunidade científica, tanto para avaliação da população geral, como para avaliação de grupos de risco (prematuros, por exemplo), assim como para a avaliação de transtornos específicos do desenvolvimento como, por exemplo, o autismo.
Slide com o modelo das escalas: DESENVOLVIMENTO INFANTIL Protocolos de avaliação, fatores preditivos e intervenção