Terapia por Contensão Induzida
A Terapia por Contensão Induzida (TCI) é uma técnica de reabilitação derivada da neuropsicologia que tem como
objetivo recuperar a função do membro superior acometido por uma lesão. A técnica foi desenvolvida por Edward
Taub e colaboradores na Universidade do Alabama (UAB) em Birmingham, nos EUA, e é fundamentada em três pilares: treino intensivo com repetição, restrição do membro superior não afetado pela lesão e um pacote de métodos comportamentais, também denominado pacote de transferência (PT), que visam à transferência dos ganhos obtidos para fora do ambiente terapêutico.
O protocolo atual da TCI, publicado nos estudos da UAB desde 2006 e instituído pela mesma para os treinamentos, é
realizado em dez dias úteis para indivíduos adultos, possui duração de três horas por dia, sendo que nos primeiros trinta minutos de cada terapia o pacote comportamental é aplicado e a seguir, é realizado o treino intensivo com repetição utilizando-se o aparato de restrição (luva).
O protocolo de treino intensivo possui duas abordagens, o shaping e o task-practice. O primeiro é caracterizado
pela repetição de partes da tarefa funcional, enquanto o segundo refere-se à prática de tarefas funcionais completas.
A TCI é comumente utilizada em pacientes com lesões encefálicas adquiridas (LEA), um grupo de doenças tais
como acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo crânio encefálico (TCE), anóxias cerebrais, tumores e infecções
do sistema nervoso central (SNC). Estas possuem como semelhança déficits motores, sensoriais, cognitivos e perceptuais que induzem à redução do uso funcional do membro superior afetado.
Essa diminuição do uso funcional do membro superior acometido (MSA) pela lesão foi denominada de “não uso
aprendido”. A teoria elucida que, frente às tentativas motoras sem sucesso executadas pelo MSA, há a supressão comportamental do movimento. Assim, a redução do uso é decorrente não apenas da lesão do SNC em si mas da redução das zonas de representação cortical, e principalmente por um fenômeno comportamental.
Diversas pesquisas evidenciam a eficácia da TCI em pacientes com LEA [11-15]e embora se conheçam os critérios
para inclusão dos pacientes neste método de tratamento, persistem muitas dúvidas sobre qual seria o perfil mais indicado a se beneficiar do tratamento, bem como se o tempo atual de duração do protocolo é necessário para reverter o não uso aprendido. Diante do exposto, este estudo tem por objetivos:
a) Determinar se o protocolo de 3 horas da TCI é adequado para reverter o não uso do membro superior comprometido em pacientes com LEA;
b) Se é capaz de manter os resultados por pelo menos 12 meses pós-tratamento;
c) Analisar possíveis preditores de eficácia da técnica, correlacionando as características da amostra com sua evolução.
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Fonte: Revista Fisioterapia Brasil